terça-feira, 3 de maio de 2011

Ironia.

   Não escrevo com dor ou pesar, escrevo apenas pelo simples prazer da descrição, pelo simples prazer da ironia. Se o amor não pode mais lhe aquecer, quem sabe palavras e melodias poderão?
   As pessoas que você foi ensinada a amar, não se importam tanto assim e elas não se lembram de você para tentar consertar tudo.
   Sabe o que é irônico? Sabe o quanto a ironia ameniza dores e banaliza amores? Talvez você não saiba, mas irônico é você ter dezessete anos e ser a pessoa mais velha da sua família, é você já não ter pais e também não enfrentá-los por medo do abandono. Irônia é que seus melhores amigos são algo inanimado, como um teclado e um caderno de partitura.
   A ironia não te mostra a face logo de cara e você só perceber o quanto a sua vida consegue ser ridiculamente irônica quando você a coloca em um papel ou em algum verso de melodia triste que fará você chorar por alguns dias.
   A dor de não saber é melhor que a dor da compreensão que não te dá outra alternativa a não ser reação! Reação? Como esperam que você reaja após um estupro psicológico? Após todos os abusos psicológicos que as pessoas designadas a cuidar de você, lhe causaram? O que fazer? Você quer saber o que fazer...
   SORRIA! Pense firme que no final tudo tem que acabar bem e se lembre o quão irônica a sua vida consegue ser, o quão infelizes e maldosos seus pais e familiares conseguem ser.
   Lembre-se que você não é responsável por você e que as pessoas que são responsáveis por você não podem e não farão nada por você. Reze para que os dias e as noites acelerem os minutos, acredite que a idade está por vir e não odeie a sociedade por ser ridiculamente irônica e te deixar na mão de pessoas que não conseguem cuidar nem de si.
   Sabe o que é mais irônico que tudo isso? É que seus pais são os causadores dos seus problemas, os culpados da sua personalidade ácida, os culpados da sua revolta contra o mundo, mas no final tudo isso acaba sendo culpa sua. Você é o que as pessoas lastimam, você é o exemplo que ninguém quer que sigam.
   Ninguém realmente te conhece, ninguém conseguiria te descrever. Eles não tentam te conhecer, eles não se importam o suficiente. Se você é mais uma vítima do destino? Quem sabe. Ninguém realmente acredita nessa possibilidade.
   Se filho de peixe, peixinho é: prefiro ser pega e morta pelas presas do desconhecido! Não tenho medo do que desconheço, temo aquilo que pensava conhecer bem... E viva o gosto azedo da ironia!